sexta-feira, 29 de março de 2013

Encerrando Ciclos



"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. "

 Fernando Pessoa

quinta-feira, 28 de março de 2013

O Conto de fadas da Menina mais Criança

Era uma vez uma família feliz...
É, era mesmo!
Dias com ela, dia com ele.
Um dia, depois de tantos outros dias, a família caiu sob o feitiço da desavença.
Os dias com ela passaram a ser todo dia.
O dia com ele passou a não mais existir.
A vida corria e o tempo voava.
As meninas cresciam e mudavam suas rotinas.
Dança, escola, teatro, faculdade, catequese... Mil e uma atividades!
A alegria com misto de saudade.
Quando o feitiço parecia diminuir, uma nuvem de fumaça clara lançou a verdade dos anos decorridos.
Dentre tanta coisa nova, tanta mudança pra ele também...
16 anos depois uma fadinha; 18 anos, um duende.
A fada e duende desconhecidos, criaturinhas mágicas que eram fantasia, não pareciam vir do reino encantado e sim do reino do desencanto.
Tantas coisas, tanas opções, tantas, tantas, tantos, tantas, tantas, tantos...
Por que aquela decisão?
A distância pareceu a melhor solução para o fim dos feitiços e das nuvens de fumaça clara. Pode ser que não seja a melhor decisão, o melhor jeito de resolver, mas assim a menina mais criança se sentia mais segura de si mesma.


E assim, viveram feliz para sempre...
                 
Pelo menos, é o que ela pensa, por enquanto.






( Vivi Louhrinci )


segunda-feira, 25 de março de 2013

À Você

Querida amiga,

Eu que já te vi rindo, já te vi pensando, curtindo, hoje te vi chorando.
O que fazer pra te ver bem de novo? Ter seu sorriso clareando o dia e seus olhos brilhando de alegria.
Assim como eu, outros querem te ver bem de novo... Somos os seus amigo, pode contar conosco sempre... Nós temos os ombros que são melhores amigos das sua lágrimas, temos as palavras que seus ouvidos precisam, temos os olhares atentos que querem sempre estar prestando atenção no que seus lábio dizem. Sabemos que está triste, todos ficamos tristes também, nossa amiga "velha", que sempre nos fez sorrir está assim... Todos temos problemas, uns maiores e outros menores, claro, mas os problemas são os obstáculos que Deus coloca nas nossas vidas para ver se somos fortes o bastante para passar por eles sem que a gente se diminua ou sofra. Os problemas são ruins sim, mas são parte de nós e temos que aprender a conviver com eles e não deixá-los nos fazer cair.
Linda, sorria... E pense que os seus problemas são bem menores do que os problemas de muitas outras pessoas.
Você pode sofrer com situações familiares, mas e as crianças e adolescentes que vivem em orfanatos e sonham com uma família?
Tem pessoas sem casa, sem nada.
Tem pessoas que nem são conhecidas pelo governo, e não são consideradas parte da população.
Tem gente que não tem água, comida, roupa, trabalho.
Tem gente que sofre todos os dias do ano o que você sofre num mês, talvez um pouco mais...
Amiga, saiba que estamos aqui pro que der e vier...

Amamos você.
Um grande beijo...

                                                           ( Vivi Louhrinci )