sábado, 15 de dezembro de 2012

Extudante... O fim de um ciclo.


Queridos pais, familiares, professores, formandos e os demais presente.
Nunca imaginei que pudesse me abrir dessa maneira, mas sinto no meu coração que preciso. É como se fosse um dever de casa por estar aqui, no Santa, a tanto tempo.
Eu não lembro do meu primeiro dia de aula, do meu primeiro caderno ou de detalhes mais específicos assim. Eu lembro de cada professor que tive, sei dizer o pelo menos o nome de cada um deles pois eles fizeram parte de no mínimo um ano de minha vida, alguns bem mais é claro.
Passei por momentos felizes, onde ria em companhia ou até mesmo sozinha. Vive dias difíceis, mas sempre soube que teriam muitas pessoas que me ajudariam mesmo que sendo com um simples gesto de carinho, como um abraço ou um olhar acolhedor. Posso dizer que morei aqui, porque tiveram anos que eu ficava mais tempo na escola com as aulas e as atividades do que em minha própria casa, mas não era estar longe de casa que me deixaria longe da família, e isso eu posso justificar por dois motivos: O primeiro, é que minha irmã sempre fez tudo comigo e minha mãe vinha bastante na escola, principalmente quando eu era pequena. O segundo motivo, é que eu formei uma família aqui também  os amigos da sala, minhas irmãs da dança, e os meus monitores e pejoteiros que eram como meus pais e meus filhos.
Sempre tem aqueles que marcam muito na nossa vida, e eu não vou citar nomes não tem necessidade, até porque se todos estamos aqui hoje é porque pessoas especiais costumam se reunir então, de uma forma ou de outra vocês marcaram minha vida ou a vida de alguém aqui. Sintam-se todos privilegiados, não é sempre que as pessoas tem coragem de demonstrar o quanto o outro é importante e o que realmente sentem quando estão junto a esse outro.
Não sei se todos sabem, mas tivemos um acantonamento dessa turma de formandos. Foi uma confraternização, um momento pra relaxarmos em meio a tantos estudos, uma forma de nos desligarmos do nervosismo  um momento de alegria e também de parar para pensar no que já foi. Uma frase lá dita foi que estavamos no fim de um ciclo preste a partir para uma outra etapa. Essa frase me desabou. Parecia tão distante a despedida e depois de ouvir isso, as palavras foram sendo repetidas em minha mente diariamente e eu não queria acreditar que era verdade, queria que o tempo parece ou que nunca, nunca se esgotasse. Mas isso não aconteceu, hoje, somos os Formandos 2012.
E pensar que um dia já fui uma menininha...
Quando fiz as inscrições das provas de vestibular, era assim que eu me sentia. Uma menininha perdida em meio tantos cursos, tanta gente, tantos sentimentos, tantas opiniões diferentes. Parecia que estava sozinha em meio a um mar de pessoas. Parecia que ninguém podia ver ali, e nem eu era capaz de ver o fim daquele oceano onde pessoas iam e vinham. Uma terra de gigantes, eu sozinha em meio a tanta gente e mais ninguém.
Foram 12 anos de Santa Maria, mas não só 12 anos de anos de Marista, porque vou ser uma pra sempre.
                                                                                                        ( Vivi Louhrinci )

As dúvidas que ficam depois que tudo acaba



Já parou pra pensar
que ontem pode ter sido
a nossa última troca de olhar?

E ao invés da gente conversar,
trocar um abraço
e aproveitar;
Mantivemos-nos distantes
como se não fosse acabar,
como se fosse eterno aquele instante.

Já parou pra ver
que tudo poderia ter sido diferente
dependendo como a gente se entendesse? 

Se você não fosse tão inseguro,
se não tivesse tanto medo,
se não fosse tão desconfiado;
Se eu não fosse um personagem,
se não tivesse nada idealizado,
se não me faltasse coragem;

Já parou pra perceber
que o tempo passou
e não podemos mais reviver?

E o que fizemos?
O que você queria?
O que queriamos fazer?
O que eu pretendia?
E por que esquecer?
Ou porque lembrar?

Acordei do meu sonho,
misturando ficção com realidade.
Levantei-me do meu mundo seguro.
Entrei no universo da maior idade
 sem acreditar nessa senhora
que se aproxima a cada hora.

Passou, passou...
E agora?
Infelizmente, me parece que acabou.
( Vivi Louhrinci)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Fim da tarde

"Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente. 
Sobre o espaço, sonhadora e bela! 
Surge no infinito a lua docemente, 
Enfeitando a tarde, qual meiga donzela 
Que se apresta e a linda sonhadoramente, 
Em anseios d'alma para ficar bela 
Grita ao céu e a terra toda a Natureza! 
Cala a passarada aos seus tristes queixumes 
E reflete o mar toda a Sua riqueza... 
Suave a luz da lua desperta agora 
A cruel saudade que ri e chora! 
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente 
Sobre o espaço, sonhadora e bela!"


Villa Lobos- bachianas 5

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Pedaços...


"(...)- Quando eu chegar eu falo. Só me diz uma coisinha, o Dé está por aí?
No mesmo instante da pergunta o menino abre a porta. Amanda estranha seu jeito. Ele, sem falar nada vai para o seu quarto deixando a porta aberta.
-Falando nele... Acabou de chegar com um péssimo humor, fedidinho pra caramba. Acho que não está num bom dia, grosso...- falou alto para que o irmão escutasse.
- Escuta aqui Alice, vê se me deixa em paz e vai cuidar da sua vida, sua problemática! É isso mesmo, sua vida já é bem complicada, você é complicada então acho melhor você ficar com esses seus problemas e me deixa quieto com os meus que por sinal são bem menores e em menor quantidade que os seus! Pára de se meter na minha vida! Cala essa boca ! Me deixa!- gritava André do seu quarto.
- O que está acontecendo?- Ana assustada ao telefone.
Alice soltou o telefone na mesinha e saiu para o quarto do irmão.
-Lili, não vá lá! Alice, você estava falando com a Ana no telefone lembra?
Amanda Tentou evitar um problema maior.
- Que que deu em você Dé! Sou sua irmã...- chorando muito- Eu posso sim ser diferente mas e daí! Hoje foi o dia mais feliz da minha vida e você está estragando tudo! Você tá querendo o que falando essas coisas comigo? Para com isso! Você está me ouvindo? Tá me ouvindo?
- Eu mandei você calar essa sua maldita boca agora! Se você não entendeu deixa que eu mesmo fecho a sua matraca!- agressivo
- Ei, gente! Eu tô aqui ainda! Alguém pode pegar esse telefone e me dizer o que está havendo aí em casa?
André levantou da cama que estava deitado e foi pra cima da irmã. Grosseiramente apertava o braço da irmã e gritava a mesma frase repetidas vezes;
-Vai ficar quieta agora? Pára de chorar que você está atrapalhando meu sono e tirando minha vontade de dormir! Não vai falar nada agora, só vai chorar, ein?!
Depois da terceira repetição, ele apertou com força a boca da irmã e as bochechas, apertava-as como se fosse um bichinho de pelúcia que nunca se machucava.
Alice  chorava cada vez mais alto. Seu irmão estava machucando-a sem ela ter lhe dado um motivo, e mesmo que tivesse motivo, eles eram irmãos e isso não estava certo.
-Pára André! Pára!!! Solta a Lili! André, para por favor!
Gritou chorando Amanda,assustada com a situação. Amanda tentou segurar o menino e soltar a irmã mas cada vez que ela conseguia soltar Alice  puxando o irmão na direção oposta, ele agredia-a e voltava com ainda mais força pra cima de Lili. Uma das vezes Alice caiu no chão de joelhos e chorou ainda mais alto.
A cena era terrível, creul, sem explicação esse comportamento momentâneo do menino.
Ana não aguentava mais, desligou o telefone, ligou do seu celular para David para pedir ajuda.(...)

David tentou segurar o menino, mas ele conseguiu se soltar.
- André! Pare com isso! O que está acontecendo com você? Você nunca foi assim! Pare André!- gritou Ana.
Mas de nada adiantou.
Ana não aguentava, seu peito apertava e doía em ver a irmã gritando, chorando e sofrendo daquela maneira. Sentia dor também por não saber o por que o irmão estava agindo assim, fazendo aquilo, ela tinha feito de tudo por eles três desde que seus pais viajaram e agora o resultado era esse, um irmão espancando as outras irmãs sem se saber por que e sem entender a reação do menino que mudara de uma hora para outra. Ela sentia uma dor, um aperto... Dor de mãe em ver seus filhos, um contra o outro. Começou a chorar.(...)
Ana, de joelhos, abraçou Alice que continuava a chorar como uma criança com medo de dormir no escuro, assustada com o monstro do armário e escandalizada com um filme de terror real que viveu naquele dia que começou tão bem. Esticou o braço chamando Amanda para o abraço também. David logo se juntou a elas. Fizeram o que Ana chamava de Abraço Cebola, cada pessoa dentro desse abraço é uma camada da cebola, as camadas separadas não formam nada, unidas, formam a cebola, um alimento importante para a vida assim como o amor que este abraço continha.
A casa ficou silenciosa, muito diferente de como estava antes. David levou o menino para o quarto e trancou a porta para não sair de lá caso despertasse. Quando voltou, as menias ainda estavam se abraçando, ele passou a mão nas costas e nos cabelos de Ana.
Abraço desfeito, mas Alice não parou de chorar e soluçar. Estava sentindo muita dor, dor dos machucados feitos pelo irmão transtornado.
- Calma Lili, deixa eu olhar para o seu rosto.- disse Ana erguendo o rosto da irmã e reparando nos muitos machucados e pensando a força que o irmão fez para deixá-la daquele jeito.- Onde está doendo mais querida?
-Depende... Dói muito aqui, no joelho.- pegando no joelho direito-  Mais tá doendo muito mais aqui...- colocando as duas mãos no coração.
Amanda e Ana desandaram a chorar e abraçar a irmã. David não queria demonstrar que lágrimas escorriam pelo seu rosto, passava a manga do jaleco assim que saim dos olhos para que não as vissem, uma ou outra escorria e tocava o chão.
- Desculpa Ana, não consegui segurar o Dé, eu tentei muito, mas ele é muito mais forte do que eu imaginava. Vocês tiveram que vir até aqui, tiveram que sair do trabalho...-Amanda se sentia um pouco culpada.
- Calma Amandinha, não foi sua culpa. Não é culpa de ninguém!- disse Ana. (...)"

                                     ( trecho de " Diário Down" de Vivi Louhrinci )



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Sou teu... Adeus.


Sou um pequeno grão
nos teus olhos de mel;
Sou a brisa que faz voar
teus cabelos ao andar...

Sou o sol
que reflete em teus olhos;
Sou a doçura de teus lábios
que quero beijar,
mas não posso...

Sou o calor
dentro do teu peito;
Sou seu amor
mesmo que você
não me queira assim...

Não faz isso por mim
por mais que acredite em nós
quero te ver feliz.

Sou seu medo
de me magoar;
Sou seu pranto
que em silêncio vejo chorar...

Sou um amigo
para o que precisar;
Sou teu afastamento
que tem medo de forçar-te a amar...

Sou tua insegurança
de comigo caminhar;
Sou teu adeus
porque te amo
vou te deixar...

(Vivi Louhrinci)

domingo, 9 de dezembro de 2012



‎"Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi
um dia"
Não sabemos o que vai vir pela frente, mas temos que admitir que surgem distâncias com o passado e novas aproximações, que podem ser boas, mas não serão a mesma coisa do que já foi vivido...
"Tudo passa, tudo sempre
passará

A vida vem em ondas,
como um mar
Num indo e vindo
infinito"
O problema não é ir, é voltar. Ele carrega com sigo as saudades e as lembranças. As vezes o melhor a fazer é conseguir um equilíbrio... Nem ir, nem voltar. Manter-se onde está.
"Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente viu há
um segundo
tudo muda o tempo todo no
mundo"
Mudanças... Algumas que nos melhoram outras que podem piorar. O segredo é ser você, não mudar por alguém, esse alguém pode se afastar e quando você perceber, verá que se afastou porque você mudou...

"Não adianta fugir

Nem mentir pra si mesmo
agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre"
Vida lá fora? Estou rumo a um mundo que não conheço, é como se ele me puxasse para dentro de si e ao mesmo tempo me afastasse desse mundo seguro que cresci... Não tem como evitar, isso acontece com todo mundo um dia. O que levo desse meu mundinho que vivi até ontem é a amizade e todas as lembranças que me deixam com vontade de voltar lá, pro meu mundo seguro onde sei que tenho pessoas com quem posso contar sempre...
( Vivi Louhrinci)
música "como uma onda no mar" de Lulu Santos.