sábado, 5 de janeiro de 2013


" O que a Ana estava fazendo na rua naquele horário? Ela nunca sai à noite por medo de deixar as meninas sozinhas. E ela bateu o carro por minha cupa... Será que ela... Ah não, acho que não. Também, isso pouco me interessa, nem me interessa. Quero sumir daquela vida ridícula que levam naquela casa que um dia eu já morei. Como aguentei tanto tempo naquele lugar com aquela gente? Que mundo sem graça, monótono  Aqui sim, nas ruas, com meus amigos de verdade, isso sim que é bom, isso sim que é uma vida legal! Somos livres! Sem gente reclamando do que fazemos, sem ordens, sem regras, sem nenhuma menina chata como a Alice e sem pais ou irmãos me enchendo o saco. Mulheres, bebidas e drogas. Tudo pode. Tudo à vontade! Nem preciso ir pra escola e me preocupar com notas. É perfeito para qualquer um...Adeus mundo nojento dos certinhos, e que seja bem vindo esse mundo da liberdade. Liberdade que minha irmã dizia ser enganosa, mas não é, é a melhor coisa que existe e eu vou aproveitar até o fim da vida! Um mundo perigoso? Ana, minha irmã, isso é frescura sua, besteira, como tudo que você sempre me disse, uma mentira! Fique aí com suas outras irmãs certinhas, com a chata da Amanda e a problemática da Alice. Fique paradinha no lugar enquanto eu sigo em frente sendo guiado pela felicidade e pela liberdade. Suas tolas! Me fizeram de idiota, me deixaram de lado esses anos todos... Tudo sempre era Alice, Lili, Alice... Chega! Eu cansei de vocês! Amandinha querida, escute seu irmão. Somos gêmeos, dizem que gêmeos tem uma ligação, então me escute. Deixe esse mundo também e venha viver aqui. Assim como eu você é sempre segundo plano, parece que não percebe. Venha ser sempre você mesma, aqui tudo pode, tudo vale, tudo acontece da maneira que queremos. Adeus infelicidade, adeus dias ruins, adeus pra todos aqueles que nunca deram bola pra mim. Aqui eu sou eu, eu, eu. Só eu!"

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( Vivi Louhrinci)